O uso indiscriminado e prolongado de medicamentos como Clonazepam, Alprazolam e Diazepam representa um problema de saúde pública no Brasil. Conhecidos por benzodiazepínicos (BZD), são amplamente prescritos no país e no mundo. Levantamentos indicam que aproximadamente 50 milhões de pessoas fazem uso diário dessa substância. A maioria, mulheres acima de 50 anos.
Além disso, estimativas também apontam que:
– O Brasil ocupa o 3º lugar entre os países que mais prescrevem BZD.
– Anualmente, 1 a cada 10 adultos recebe prescrição de benzodiazepínicos.
– Esse fármaco é responsável por cerca de 50% das receitas de psicotrópicos.
– 21% dos idosos faz uso de BZD no país.
O uso dos benzodiazepínicos (BZDs)
Suas propriedades farmacológicas permitem que seja utilizado como ansiolítico, hipnótico, sedativo, anticonvulsivante, relaxante muscular e em determinadas situações de abstinência alcoólica.
No esporte, é comum atletas que apresentam sono não reparador se automedicarem com BZDs. Com isso, é possível surgir algumas consequências, por exemplo, sonolência diurna excessiva e lentificação psicomotora, levando à queda da performance.
Há evidências científicas suficientes que comprovam a eficácia dos benzodiazepínicos quando utilizados sob devida recomendação psiquiátrica.
Entretanto, se usados de forma contínua e desenfreada, podem trazer sérias consequências para o paciente. O uso inadequado dos benzodiazepínicos pode causar dependência química a sua fórmula.
Além disso, a suspensão abrupta pode levar à Síndrome de Abstinência dos BZD. Essa ocorrência é caracterizada por sinais menores (tremores, palpitações, cefaleia, irritabilidade, insônia, inquietação, prejuízos da memória, dificuldades de concentração…) e maiores (convulsões, delirium e alucinações).
Cuidados importantes
Benzodiazepínicos JAMAIS devem ser tomados por conta própria! Seu uso é justificado pelo menor tempo possível, SEMPRE sob supervisão médica especializada!
Cada paciente deve ser visto individualmente. Ou seja, em sua completude, a fim da melhor proposta terapêutica. Isso vale tanto para introdução do BZD, suspensão gradual ou até mesmo para a indicação.
Por fim, cabe ao médico desencorajar o uso contínuo de benzodiazepínicos como um “solucionador de problemas” na vida da pessoa. Ou seja, quanto menos remédios, melhor!
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