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Dr. Helio Fádel

Clínica Fádel – Psiquiatria e Cirurgia Plástica Rua Oscar Vidal 307/sala 1202 – Centro (Juiz de Fora/MG)

Saúde mental é tudo!

Transtorno de Compulsão Alimentar

Características diagnósticas da Compulsão Alimentar

A característica essencial do transtorno de compulsão alimentar são episódios recorrentes de compulsão alimentar.

Dito isso, um “episódio de compulsão alimentar” pode ser definido como a ingestão de uma quantidade de alimento bem maior do que a maioria das pessoas comeria em um mesmo intervalo de tempo (em circunstâncias semelhantes).

A compulsão alimentar parece ser caracterizada mais por uma anormalidade na quantidade de alimento consumida do que por uma fissura por um nutriente específico.

É preciso que a compulsão alimentar seja caracterizada por sofrimento marcante e pelo menos três dos seguintes aspectos:
– comer muito mais rapidamente do que o normal;
– comer até se sentir desconfortavelmente cheio;
– ingerir grandes quantidades de alimento sem estar com sensação física de fome;
– comer sozinho por vergonha do quanto se come;
– sentir-se desgostoso de si mesmo, deprimido ou muito culpado em seguida.

Os indivíduos com transtorno de compulsão alimentar, em geral, sentem vergonha de seus problemas envolvendo a alimentação. Dessa forma, tentam ocultar os sintomas.

Assim, a compulsão alimentar normalmente ocorre em segredo, ou da maneira mais discreta possível.
O antecedente mais comum da compulsão alimentar é o afeto negativo. Outros gatilhos incluem estressores interpessoais; restrições dietéticas; sentimentos negativos relacionados ao peso corporal, à forma do corpo e ao alimentos; e tédio.

Quanto à prevalência, o transtorno de compulsão alimentar é bem mais comum no sexo feminino do que entre os homens.

 

Diferenças entre o Transtorno de Compulsão Alimentar e a Bulimia Nervosa

O transtorno de compulsão alimentar é bastante semelhante com a bulimia nervosa – uma vez que possuem, em comum, o comer compulsivo recorrente.
No entanto, difere da bulimia em alguns aspectos fundamentais. Por exemplo, no transtorno de compulsão alimentar, não há o comportamento compensatório inapropriado recorrente (p. ex., purgação, exercício excessivo), visto na bulimia nervosa.
Diferentemente de pessoas com bulimia nervosa, aqueles com transtorno de compulsão alimentar não costumam exibir restrição dietética marcante ou mantida voltada para influenciar o peso e a forma corporais entre os episódios de comer compulsivo. Eles podem, no entanto, relatar tentativas frequentes de fazer dieta.

Por fim, o transtorno de compulsão alimentar também se difere da bulimia nervosa em termos de resposta ao tratamento. As taxas de melhora são consistentemente maiores entre indivíduos com transtorno de compulsão alimentar do que entre aqueles com bulimia nervosa.

 

Principal referência bibliográfica:

Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM 5
American Psychiatric Association