O jogo interior e a performance x interferência

Timothy Gallwey, criador do conceito do “jogo interior”/”jogo interno”, contribuiu significativamente para o desenvolvimento do Coaching na atualidade.

Observando seu grupo de alunos, Tim percebeu que, melhor do que ensiná-los a jogar tênis, era ajudá-los no processo de aprendizado dentro daquilo que fazia sentido para cada um deles.

Enquanto ajudava seus alunos, Tim os observava e se questionava a respeito do que se passava na cabeça do tenista durante os treinos.

Foi então que concluiu que uma partida de tênis é jogada simultaneamente em dois níveis: na quadra (jogo exterior – contra um adversário) e na mente do jogador (jogo interior).

O jogo praticado em quadra, nos permite passar por um processo de autoconhecimento e de autossuperação.

Autoconhecimento, pois precisamos conhecer nossos recursos para lidar com os desafios criados por nosso oponente. E, autossuperação, porque, em algum momento, enfrentaremos um oponente tão difícil que precisaremos aprimorar os conhecimentos que já possuímos e desenvolver novos conhecimentos e muitos outros recursos. Talvez recursos que nem sabíamos que existiam dentro de nós.

Esse é o jogo interior. A disputa de dois jogos ao mesmo tempo: contra o adversário e contra nós mesmos.

Entre 70% e 80% do tempo, não jogamos com a bolinha, mas sim com o nosso mindset, montando estratégias e estudando nossos adversários, formulando meios para derrotá-lo.

 

A relação entre a performance e interferência 

Observando seus alunos, Tim Gallwey chegou a um conceito que, traduzido em fórmula, funciona da seguinte forma:

 

PERFORMANCE = POTENCIAL – INTERFERÊNCIA

 

As duas melhores formas de otimizar a performance e a produtividade de um indivíduo são através da melhoria do seu potencial (método mais prático) ou da diminuição das interferências, dúvidas, medos, suposições e crenças limitantes (método mais eficiente).

Para que a efetivação desse método fosse possível, Tim considerou um ponto fundamental: facilitar o processo para que as pessoas fossem capazes de aprender por si próprias. Isso porque em um jogo de tênis, apesar dos conhecimentos e da capacidade do treinador serem imensos, quem joga é o atleta.

 

Dr. Helio Fádel
Psiquiatra Clínico e do Esporte
Professional & Self Coach