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Dr. Helio Fádel

Clínica Fádel – Psiquiatria e Cirurgia Plástica Rua Oscar Vidal 307/sala 1202 – Centro (Juiz de Fora/MG)

Saúde mental é tudo!

Bulimia Nervosa

Aspectos da Bulimia Nervosa

Existem três aspectos essenciais na bulimia nervosa:
– Episódios recorrentes de compulsão alimentar;
– Comportamentos compensatórios inapropriados recorrentes para impedir o ganho de peso;
– Autoavaliação indevidamente influenciada pela forma e pelo peso corporais.

Características diagnósticas

Para se qualificar ao diagnóstico, a compulsão alimentar e os comportamentos compensatórios inapropriados devem ocorrer, em média, no mínimo uma vez por semana e durante três meses.

Um “episódio de compulsão alimentar” pode ser definido como a ingestão de uma quantidade de alimento bem maior do que a maioria das pessoas comeria em um mesmo intervalo de tempo (em circunstâncias semelhantes).
Tal ocorrência de consumo excessivo de alimento deve ser acompanhada por uma sensação de falta de controle para ser considerada um episódio de compulsão alimentar.
Um indicador de perda de controle é a incapacidade de abster-se de comer ou de parar de comer após iniciar a alimentação.

O prejuízo no controle associado à compulsão pode não ser absoluto; por exemplo, um indivíduo pode continuar a comer de forma compulsiva enquanto o telefone está tocando, mas vai parar se um amigo ou cônjuge entrar inesperadamente no recinto.

A compulsão alimentar parece ser caracterizada mais por uma anormalidade na quantidade de alimento consumida do que por uma fissura por um nutriente específico. Entretanto, durante episódios de compulsão alimentar, as pessoas podem tendem a consumir alimentos que evitariam em outras circunstâncias.

Os indivíduos com bulimia nervosa, em geral, sentem vergonha de seus problemas envolvendo a alimentação e tentam esconder os sintomas. A compulsão alimentar normalmente ocorre em segredo, ou da maneira mais discreta possível. Pode continuar até que o indivíduo esteja desconfortável ou até mesmo dolorosamente cheio.

O antecedente mais comum da compulsão alimentar é o afeto negativo. Outros gatilhos incluem fatores de estresse interpessoais; restrições dietéticas; sentimentos negativos relacionados ao peso corporal, à forma do corpo e a alimentos; e tédio.

 

Comportamentos compensatórios (purgação)

Outro aspecto essencial da bulimia nervosa é o uso recorrente de comportamentos compensatórios inapropriados para impedir o ganho de peso. Estes são conhecidos popularmente como comportamentos purgativos ou purgação.
Muitas pessoas que sofrem de bulimia utilizam diferentes métodos para compensar sua compulsão alimentar. Vomitar é o mais comum. Os efeitos imediatos dos vômitos incluem alívio do desconforto físico e redução do medo de ganhar peso.
Em alguns casos, vomitar torna-se um objetivo em si. A pessoa comerá excessiva e compulsivamente para chegar ao vômito, ou vomitará após ingerir uma pequena quantidade de alimento. As formas utilizadas para induzir vômito variam, podendo ser através dos dedos ou objetos que estimulem o reflexo do vômito.
Outros comportamentos purgativos envolvem o uso de laxantes e diuréticos.

Também não é incomum os indivíduos que fazem jejum por um dia ou mais, ou se exercitam excessivamente na tentativa de impedir o ganho de peso. O exercício pode ser considerado excessivo quando: passa a interferir de forma significativa em atividades importantes; ocorre em horas ou contextos inapropriados; a pessoa continua a se exercitar a despeito de uma lesão ou outras complicações médicas.

 

Prvalência

Em relação à prevalência, sabe-se que o transtorno atinge seu pico no fim da adolescência e início da idade adulta. A bulimia nervosa é bem mais comum no sexo feminino quando comparado ao masculino, com uma proporção de aproximadamente 10 para 1.

 

Por fim, pacientes que sofrem com a bulimia nervosa enfatizam de forma excessiva a forma ou o peso do corpo em sua autoavaliação. E esses fatores são extremamente importantes para determinar sua autoestima.
Curiosamente, eles podem lembrar muito os portadores de anorexia nervosa pelo medo de ganhar peso; desejo de perder peso; e nível de insatisfação com o próprio corpo.

 

Principal referência bibliográfica:

Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM 5
American Psychiatric Association