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Dr. Helio Fádel

Clínica Fádel – Psiquiatria e Cirurgia Plástica Rua Oscar Vidal 307/sala 1202 – Centro (Juiz de Fora/MG)

Saúde mental é tudo!

Transtornos Depressivos

Principais tratamentos dos Transtornos Depressivos

O tratamento para os Transtornos Depressivos envolve diversas abordagens, cada uma variando conforme a apresentação clínica, comorbidades, histórico pessoal e familiar, interações medicamentosas, idade, dentre outros fatores a serem avaliados.

As principais abordagens envolvem:
– Psicoterapia
– Fármacos
– Mudanças comportamentais

Psicoterapia

Método extremamente importante, a psicoterapia deve ser amplamente encorajada no contexto do tratamento da depressão.
Apesar de ser um processo que geralmente visa a longo prazo, a pessoa poderá sentir os benefícios tão logo tenha bom engajamento com o profissional assistente, geralmente o psicólogo clínico.

As diversas abordagens da psicoterapia, principalmente a cognitivo-comportamental, permitem um fortalecimento do Ego do indivíduo, muitas vezes fragilizado.
Em paralelo, também permite à pessoa enxergar os fatos de sua vida com maior clareza. Isso ampliará seu entendimento frente a inúmeras questões que lhe pareciam obscuras em virtude da sua falta de perspectiva e, consequentemente, lhe possibilitará lidar melhor com as frustrações.

Ainda que não esteja em nosso controle evitar que certos acontecimentos negativos ocorram em nossas vidas, podemos ser altamente capacitados para lidar com as frustrações da melhor maneira possível. A partir de então, tirar lições de cada momento vivido, e seguir em frente.

Fármacos

Diversos medicamentos são disponibilizados no mercado, sendo os antidepressivos, ansiolíticos e hipnóticos os mais empregados no tratamento da depressão.
No entanto,  devem ser utilizados apenas sob indicação e supervisão médica, uma vez que a automedicação pode trazer sérias consequências.

Seja qual for o fármaco em questão, em hipótese alguma ele deve ser visto como um solucionador de problemas. Trata-se de um recurso muito eficiente, mas que faz parte do tratamento. Seja visando conforto e melhoria importantes em relação ao humor, qualidade do sono, disposição para as atividades do dia, otimização do apetite ou atenuação de dores no corpo, por exemplo.

Os antidepressivos, sejam os ISRS (inibidores seletivos da recaptação de serotonina), ISRN (inibidores seletivos da recaptação de noradrenalina), tricíclicos, ou de outras classes, são altamente eficazes no tratamento da depressão.
Cada paciente merece uma avaliação individual. Assim, dentre os inúmeros fármacos disponibilizados no mercado, receberá aquele mais adequado para o seu perfil.
As doses devem ser ajustadas conforme a necessidade, visando sempre a eliminação total dos sintomas, com a menor quantidade de medicação possível.
É importante esclarecer que o antidepressivo costuma demora um certo tempo para fazer efeito (algumas semanas, variando conforme cada fármaco). Um bom vínculo médico-paciente ajudará nesse processo, evitando que haja descontinuação do tratamento.

– Medicações ansiolíticas (como os benzodiazepínicos) devem ser utilizadas, preferencialmente, apenas em momentos de crise ou como um “SOS” para o sono. Opta-se por doses baixas, em um período de tempo limitado para o uso. Isso evita a tolerância medicamentosa e eventual dependência do fármaco.
No entanto, são consideradas boas alternativas terapêuticas, principalmente no início do tratamento enquanto o antidepressivo não atinge o efeito desejado, por exemplo.

– Medicamentos hipnóticos, como os indutores do sono, são uma ótima opção para os pacientes que possuem pensamento ativo durante à noite, e que, por conta disso, demoram a “engatar a primeira” no sono.
Também são interessantes pelo pouco (geralmente nenhum) efeito residual no dia posterior, como sonolência.
Devem ser usados com cautela, apesar de não terem o mesmo potencial de dependência como os benzodiazepínicos.

 

Mudanças comportamentais

Apenas mudanças “de fora para dentro” não serão completamente eficazes no tratamento da depressão. Certas modificações precisam ser “de dentro para fora”.
É extremamente necessário que a pessoa tenha desejo e força de vontade para mudanças comportamentais e também no próprio ambiente.

A eliminação de determinados fatores causadores de estresse é essencial. Caso contrário, estímulos favorecedores da depressão continuarão impactando negativamente na vida da pessoa. No entanto, nem todos os fatores estressores são passíveis de serem facilmente resolvidos. Isso reitera a estratégia de alinhamento terapêutico com a psicoterapia.

A prática de esportes/atividades físicas também pode ser uma poderosa alternativa. Sua prática promove a liberação de substâncias como endorfina (enzima que proporciona bem-estar e diminui a ansiedade e o estresse) e dopamina (hormônio que gera um efeito analgésico e tranquilizante). Além dessas, há aumento da libido, geralmente reduzida em indivíduos deprimidos. Tais alterações hormonais causam um efeito relaxante depois da atividade e, geralmente, esse efeito consegue manter um equilíbrio psicossocial a longo prazo. Isso torna a pessoa mais estável e equilibrada.

Por fim, alimentação e sono também devem ser revistos. Hábitos alimentares influenciam em todo o funcionamento do organismo e do aparelho psíquico. Assim, são fonte de energia para dar disposição na realização das atividades diárias.

Dr. Helio Fádel
Psiquiatra Clínico e do Esporte