Acreditando na ideia de ajudar o atleta, seja ele praticante de exercícios, de nível amador ou elite, a obter maior satisfação com o esporte e otimizar sua performance, busco aprimorar os cuidados em saúde mental no meio desportivo, desde a prevenção de patologias, restabelecimento da funcionalidade, até o “fortalecimento” mental. Jamais deixando de cuidar do ser humano (qualidade de vida) por trás daquele atleta (performance). Para isso, aposto no trabalho multi, inter e transdisciplinar com outras especialidades. Tais como a psicologia do esporte, medicina esportiva, ortopedia, fisioterapia, nutrologia, fisiologia, dentre outras.
Inúmeros transtornos mentais tendem a surgir na infância, ao final da adolescência e início da idade adulta. De tal forma, é imperativa a prevenção desde categorias de base no esporte. Estamos falando de depressão, ansiedade em suas mais diversas formas (fobias, ansiedade generalizada, de desempenho…), bipolaridade, impulsividade, déficit de atenção/hiperatividade, uso de álcool e outras substâncias passíveis de causar dependência química, impacto cultural e social ao se tornar um atleta de ponta, etc. São condições que, se forem inadequadamente ou tardiamente tratadas, poderão comprometer, não só o futuro de um atleta dentro do esporte, mas também toda a sua funcionalidade perante outros aspectos da vida: relações interpessoais, sociais e profissionais.
Assim, incentivo e reforço o estabelecimento da psiquiatria do esporte – cuidado médico especializado em saúde mental – no país. Movimento esse já iniciado por outros nobres colegas da área e que ganha força com o passar do tempo.
Como membro da Sociedade Internacional de Psiquiatria do Esporte (ISSP) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), ex atleta de futebol e também coautor da primeira obra literária sobre o tema no Brasil sobre Psiquiatria do Esporte, dedico meu trabalho à população de atletas e profissionais ligados ao meio (igualmente bem-assistidos por meio desse modelo assistencial).
Por fim, as perspectivas de atuação da Psiquiatria do Esporte são amplas. No entanto, é imperativo que construamos uma base sólida para o crescimento dessa potencial área de atuação (que não pode ser confundida como subespecialidade da psiquiatria). Assim, através de muito trabalho e mais estudos desenvolvidos, mais espaço e oportunidades para psiquiatras dentro do cenário esportivo do país certamente surgirão!
Grande abraço!
“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou, sobre aquilo que todo mundo vê”.
Arthur Schopenhauer
Dr. Helio Fádel